O termo economia verde remete à ideia de produzir mais com menos, de fazer o melhor uso dos recursos naturais e minimizar impactos. Exige repensar o crescimento e encarar o desafio de erradicar a pobreza. A agricultura é uma atividade fundamental nesse processo, uma vez que nossa alimentação depende dela. Em um mundo em que a população está em crescimento, é preciso atender à demanda por alimentos em consonância com práticas sustentáveis
A biotecnologia pode ajudar os agricultores a superar desafios, como proteger as culturas contra insetos, ervas daninhas e doenças, além de criar culturas mais resistentes a grandes variações do clima.
Com isso, é possível alcançar uma série de benefícios sem recorrer a produtos e processos prejudiciais ao meio ambiente ou à dependência excessiva da irrigação, contribuindo para práticas agrícolas mais sustentáveis que geram menos impacto ambiental.
Décadas de estudos demonstram que a biotecnologia agrícola é uma tecnologia segura e benéfica que contribui para a sustentabilidade ambiental e econômica.
Os agricultores escolhem as culturas biotecnológicas porque aumentam o rendimento, reduzem os custos de produção e obtêm maior retorno financeiro ao usar práticas agrícolas mais ecológicas.
Segundo especialistas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), que há 30 anos estudam o melhoramento genético na agricultura, as opções de aplicação da biotecnologia são infinitas e podem cobrir as mais diversas áreas. Na agricultura sustentável, a biotecnologia permite produzir mais comida, com qualidade, a um custo menor e sem necessidade de aumentar a área de cultivo.
Atualmente, os Organismos Geneticamente Modificados (OGMs) contribuem significativamente para sustentar o aumento da demanda de produtividade por hectare, que é a área de plantio utilizada pelo produtor.
Como não restam muitas terras novas para plantar – as chamadas fronteiras agrícolas – é necessário otimizar a produção em cada hectare plantado. Além disso, a biotecnologia oferece outros benefícios como o desenvolvimento de plantas mais nutritivas ou com composição mais saudável, segundo os especialistas.
A biotecnologia, a sustentabilidade e a biodiversidade brasileira
A biodiversidade do Brasil abriga hoje entre 15% e 20% das espécies vegetais, animais e microrganismos do mundo. Apesar do crescente interesse internacional pela grande biodiversidade brasileira, sabemos que ela por si só não é garantia de crescimento econômico, tampouco de desenvolvimento sustentável. Mas espera-se que o País, além de importante exportador de matéria-prima, se converta no protagonista de uma nova economia mundial, baseado no uso sustentável da biodiversidade e dos seus recursos derivados, agregando valor para os diferentes setores produtivos.
Diferentes produtos utilizados pela sociedade possuem suas fontes na biodiversidade nacional. São alimentos, fibras, ítens farmacêuticos e químicos, óleos naturais e essenciais, entre outros. E sabemos que a geração de produtos de alto valor agregado a partir da biodiversidade está diretamente relacionada ao uso intensivo do conhecimento e de alto nível tecnológico.
Esse fato indica que a utilização de biotecnologia constitui uma opção viável e uma ferramenta fundamental para o uso sustentável e agregação de valor. O uso da biotecnologia implica na coleta de alguns poucos organismos ou parte deles como fonte de matéria-prima para a prospecção e produção de novas biomoléculas, sendo assim, uma estratégia adicional e efetiva de conservação da diversidade genética do meio ambiente.
Como a biotecnologia funciona?
Uma vez prospectados e isolados os novos genes e/ou biomoléculas, são desenvolvidos plantas, animais, bactérias ou fungos geneticamente modificados, utilizados como bioreatores na produção de novos bioprodutos em larga escala e futura comercialização, após o cumprimento das etapas de segurança ambiental e alimentar requeridas pelos órgãos de regulamentação. A Embrapa, por exemplo, em parceria com o Instituto Butantan e a Universidade de Brasília – UnB, está desenvolvendo um projeto que envolve a produção de novos biomateriais isolados das teias de aranhas da biodiversidade brasileira. Teias de aranhas são constituídas de proteínas, secretadas através de células especializadas. São altamente flexíveis e de extraordinária resistência e dureza comparadas com fibras sintéticas e materiais de alto desempenho, como o aço. Genes associados à produção das proteínas das teias foram clonados, inseridos em bactérias transgênicas e, assim, teias de aranha foram produzidas em laboratório.
Portanto, está claro que existe uma base científica e infraestrutura sólida e crescente no Brasil nas diferentes áreas do conhecimento científico e tecnológico. O que fundamenta as possibilidades de desenvolvimento de produtos da biotecnologia com base na grande biodiversidade nacional.
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Fontes: PIONEER, EMBRAPA E SISTEMA OCEPAR, DIGITAL AGRO.
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