Nos viveiros, na indústria, nas florestas plantadas, no controle de qualidade, na assistência técnica da área florestal: onde as mulheres estão e onde elas podem estar? Em um setor com tamanha expressividade para o mercado agrícola brasileiro, a inserção feminina já é uma realidade e as mulheres têm demonstrado papel fundamental. São inúmeras oportunidades de carreira em um setor que movimenta bilhões de reais por ano no país
Quando pensamos no setor florestal no Brasil, talvez deixemos passar despercebido a expressividade deste setor e de todo o trabalho realizado por todos os envolvidos nesta cadeia produtiva. Mas você já avaliou os números e o impacto dos resultados deste setor para a economia brasileira? Apresentaremos a seguir alguns destes dados e falaremos também sobre a carreira e as oportunidades para mulheres dentro do setor florestal brasileiro. Continue sua leitura e fique bem-informado!
Segundo o Relatório Anual 2022 da Indústria Brasileira de Árvores (IBÁ), o setor florestal chegou a 9,93 milhões de hectares de área destinada à árvores plantadas no país. Além disso, a produtividade do eucalipto atingiu seu maior nível desde 2014, chegando 38,9 m³/ha/ano em 2021. Enquanto a produtividade do pinus atingiu 29,7 m³/ha/ano. Estes números estão acima das médias globais e são resultado de uma agricultura moderna que utiliza de conhecimento e tecnologia para sua expansão de forma inteligente e sustentável. Estas árvores são matéria-prima para a produção de quase 5 mil produtos fundamentais no nosso dia a dia.
Ainda segundo o relatório da IBÁ, o setor fechou o ano de 2021 com mais 2 milhões de postos de trabalho diretos e indiretos. Este número passa de 3 milhões de pessoas ocupadas, quando considerados também os empregos induzidos. Outro dado extremamente importante é que “o cultivo de florestas para fins industriais em mais de 1.000 municípios em todo o Brasil, majoritariamente em regiões afastadas dos grandes centros, tem impulsionado o desenvolvimento regional. O IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) dos municípios com atuação do setor é mais alto do que a média dos estados”, segundo o relatório 2022 da IBÁ.
E é neste cenário de constante crescimento, que o setor florestal registrou grandes recordes em 2021: as maiores produções de celulose, papel e painéis de madeira desde o início dos registros da série histórica, em 2007; e uma receita de R$244,6 bilhões, sendo a maior receita já registrada pelo setor em sua história.
E qual a participação das mulheres neste setor?
O setor florestal é um setor que ainda é majoritariamente masculino. O Panorama de Gênero do Setor Florestal, elaborado pela Rede Mulher Florestal em 2020, identificou que a presença de mulheres nas organizações de base florestal representa apenas 13%, e apenas 9% ocupam cargos de diretoria. Estes dados nos mostram que a inserção das mulheres na atividade florestal é um movimento recente e que tem ganhado força. E é justamente sobre essas oportunidades que viemos falar aqui. Afinal, a ampliação dos debates e da geração de informações sobre gênero são fundamentais para a inclusão e a busca da equidade.
Mesmo que ainda de forma tímida, as mulheres estão presentes em diversas partes deste ciclo produtivo do setor florestal. Com a inserção feminina no mercado florestal, da produção da muda até o cliente final, as mulheres ocupam posições importantes no setor.
Seja na pesquisa científica para desenvolvimento de biotecnologia aplicável ao setor; nos viveiros, responsáveis pela produção das mudas de espécies florestais que serão destinadas às áreas de florestas plantadas, passando pelo manejo florestal no campo, chegando até a indústria, no controle de qualidade do papel, por exemplo, até a produção final, logística e envio ao cliente final. Lá estão as mulheres. Mulheres fortes que dão exemplo para outras mulheres que vêm depois. Mulheres que passam a vida no setor florestal e amam o que fazem, inspirando gerações. São elas a força feminina que ajudam a mover o setor.
Na pesquisa e na área acadêmica
No ambiente acadêmico e científico, lá estão elas. Seja como professoras, pesquisadoras, técnicas ou estudantes, as mulheres têm papel fundamental quando o assunto é a ciência, o melhoramento genético e a pesquisa científica na área florestal. O aumento da produtividade e da qualidade da madeira, os híbridos mais resistentes, os sistemas mais sustentáveis, tudo isso é primeiramente pensado, estudado e pesquisado no âmbito da academia muito antes de chegar lá na ponta para o produtor.
Nos viveiros
Na produção das mudas de árvores para setor florestal, lá também estão elas. E aqui temos a área que possui, segundo o Panorama de Gênero do Setor Florestal 2019, a maior participação feminina dentro do setor florestal brasileiro: 50% das pessoas que trabalham nos viveiros das organizações pesquisadas são mulheres. E esta porcentagem representa a maior participação feminina entre todas as áreas pesquisadas.
Mulheres que participam de uma etapa delicada e extremamente minuciosa que é a produção das mudas, seja de eucalipto, pinus, ou qualquer outra espécie de árvores plantadas no Brasil. A etapa do viveiro demanda extremo cuidado, zelo e atenção, afinal, é ali o berço das florestas plantadas. E a qualidade destas mudas está diretamente ligada com o resultado que coloca o Brasil hoje em destaque no ranking mundial de papel e celulose, por exemplo.
No campo e na assistência técnica
No campo, onde a produção da madeira acontece, lá também estão as mulheres. Nesta parte podemos incluir áreas de atuação como as elencadas na pesquisa do Panorama de Gênero do Setor Florestal. São elas: silvicultura, proteção florestal, estradas florestais, e colheita e carregamento. Estas ainda são áreas com menor presença feminina quando comparado com as áreas anteriormente citadas, como os viveiros, por exemplo. Mas elas estão, aos poucos, conquistando seus devidos espaços. Seja na produção, como técnicas, supervisoras e profissionais das mais diversas áreas, elas contribuem para que o processo corra bem e o manejo seja bem-feito durante os anos que a madeira fica em campo, desde a chegada do viveiro até a saída como madeira serrada, com destino às indústrias.
Na indústria
E na indústria elas também estão. Na linha de produção, nos laboratórios, no controle de qualidade, na segurança do trabalho e na logística elas desempenham diversas funções para que a árvore seja transformada em papel e chegue até o seu escritório; ou seja serrada e transformada em móveis; ou ainda sejam destinadas à produtos de higiene e tantos outros inúmeros itens que temos no dia a dia e nem sequer imaginamos que é oriundo das árvores plantadas. Já parou para pensar tudo que a indústria consegue produzir com um pedaço de madeira? E todos os produtos extraídos da floresta ainda em campo? Esses produtos da floresta passam também por muitas mãos femininas.
Na área comercial e nos cargos administrativos
Quando analisamos a área comercial e administrativa das organizações com base florestal entrevistadas para a elaboração do Panorama de Gênero do Setor Florestal , é possível observar que há uma presença feminina significativa de 25% e 35%, respectivamente. Portanto, as mulheres começam a obter destaque dentro das empresas florestais também nestas áreas. Suas habilidades comerciais e administrativas têm feito a diferença para o setor.
Outra área que recebe participação feminina significativa é a área de “meio ambiente, qualidade, certificação e social”. Afinal, o desenvolvimento de projetos, a preocupação com a sustentabilidade dos negócios, o caráter social e todo este aspecto importantíssimo da atividade florestal são pontos muito beneficiados por diversas habilidades intrínsecas do gênero feminino, como: empatia, organização, criatividade, liderança, entre outros.
Nos cargos de liderança
E quando falamos em cargos de liderança e supervisão de equipes, as mulheres também estão começando a conquistar seu espaço nestes postos no setor florestal, apesar de ainda ser uma presença tímida, é preciso olhar para tudo que conquistamos até aqui e valorizar as posições alcançadas dentro do quadro executivo das empresas.
Muitas mulheres entram no setor florestal trabalhando na produção, até chegar a posições de liderança. São famílias inteiras impactadas por um setor que coloca o Brasil no posto de segundo maior produtor de celulose do mundo e de maior exportador de celulose no ranking mundial, segundo dados da IBÁ (2021). Além da celulose, o setor florestal também mantém o Brasil entre os 10 maiores produtores de papel do mundo.
Núcleo de Mulheres da Florestal
E é pensando em integrar, capacitar e desenvolver profissionalmente estas mulheres que a Agromulher criou o Núcleo Mulheres da Florestal. Um projeto criado com foco em gerar desenvolvimento pessoal e profissional para promover carreira e oportunidades para mulheres da florestal por todo o Brasil. Afinal, como vimos neste artigo, temos muitos espaços para conquistar dentro deste setor e a inserção feminina no setor florestal brasileiro está só começando.
As participantes do núcleo terão acesso a conteúdos mensais exclusivos e gratuitos por meio do Youtube Agromulher, com o intuito de desenvolver perfis de liderança nestas mulheres e prepará-las para atuação também na produção.
Você não pode perder esta grande oportunidade de desenvolvimento profissional e networking com mulheres da área florestal de todo o país. Inscreva-se agora mesmo clicando aqui.
E aproveitamos para te convidar para uma palestra de lançamento do Núcleo Mulheres da Florestal que será realizada no dia 09 de maio de 2023, com a palestra “Carreira e oportunidades para mulheres da florestal”, com a Engª Florestal Suzanny Leal, ela atua com mentorias e coaching de carreira para profissionais da engenharia. Em seguida, teremos a mesa-redonda com a participação de mais duas profissionais da área, Rithely Falqueto Groberio, de 33 anos, casada com o Filipe e mãe do Benício, Engenheira mecânica, hoje ocupado o cargo de gerente industrial, possui12 anos de Suzano e 8 anos de experiência em colheita florestal, Gabriela Cibulski, que é empresária e amante do setor florestal. Faz parte da segunda geração da Santa Rosa Florestal, empresa familiar que atua no setor há mais de 25 anos. .
Suzanny Leal, é Engenheira florestal, depois de alguns anos trabalhando em multinacional, fundou a Seja Líder Academy, que já ajudou no desenvolvimento de carreira de centenas de profissionais pelo mundo.
Rithely Falqueto Groberio, de 33 anos, casada com o Filipe e mãe do Benício, Engenheira mecânica, hoje ocupado o cargo de gerente industrial, possui12 anos de Suzano e 8 anos de experiência em colheita florestal.
Gabriela Cibulski é empresária e amante do setor florestal. Faz parte da segunda geração da Santa Rosa Florestal, empresa familiar que atua no setor há mais de 25 anos.
Aguardamos você para este momento de riquíssimo conteúdo e lançamento deste projeto tão importante para o setor florestal do Brasil!
Clique aqui e cadastre-se gratuitamente no Núcleo de Mulheres da Florestal.